17.5.09

Analogia à Ética do Suicídio.

Inexplicável sensação que me remete a questionáveis dilemas sobre o Ser ou Não-Ser, O vazio da existência¹ escrito por Schopenhauer. Subtração total da minha vontade de viver. Explosão dos meus sentidos, aflorando como belos lírios na primavera. Como gostaria que estivesse aqui apenas pra poder sentir seus olhos Sophia; Apenas pra sentir sua presença silenciosa que acalma meu coração, minha linda. Sua falta esmaga meu raciocínio, não consigo sobreviver, aliás, não sei se estou vivo, por apenas esta ocupando um espaço desprezível no espaço. Esse mundo é tão confuso Sophia, às vezes me parece tão simples por existir, porém, tão sombrio por existir. Por que nós nos entristecemos com a falta, ausência de outra pessoa? Por que nós nos apegamos aos outros sempre sabendo que qualquer desunião será destruidora para alguém em particular? Nunca me esquecerei do seu olhar minha linda. Suas palavras tranqüilizadoras. Seu sorriso inebriante. Sophia, todas as sensações prazerosas que um homem poderia sentir; qualquer relação empírica, minha vida foi repleta disso com sua presença, porém, agora as coisas já não me parecem como antes, o mundo já não está como antes, não consigo sobrevier em meio de tanta ignorância dos seres humanos. O conformismo simplesmente nos impede de crescer, de poder ver além do que as coisas alcançam; impede-nos até mesmo de sentir sensações extraordinárias, como senti com você. Tão intenso que doía meus sentidos, no entanto, não me sinto mais suficientemente vivo pra poder olhar nos seus olhos ou de qualquer outra representação do mundo, contudo, as coisas me acalmam por pensar, que logo morrerei, que logo não irei mais pensar; E isso sim me dói muito. O oxigênio lentamente vai se tornando escasso, fazendo com que não consiga mais sentir meus órgãos, meu coração. Meus olhos, realmente agora eu sei o que é estar ficando de olhos fechados, o que é estar perdendo o sentido. Não devo temer a morte, além do mais, “ela é um componente da própria vida²”. A morte não me parece tão desagradável assim; fornece-me até forças; estou cansado demais. Não quero que se zangue comigo Sophia, por entregar os pontos assim tão fáceis, não fique triste, por favor. Eu gostaria que entendesse que essa foi a minha escolha, não seja egoísta a ponto de me ver apenas pelo seu ponto de vista. Entenda minha opinião, não estou encarando isso como uma tragédia e sim como um alívio a minha existência, estou negando a minha vida. Simplesmente quero ficar em paz. Talvez eu entenda o que é a paz verdadeira. Saiba que por todas as minhas incompreensões sobre o amor, espero que nunca se esqueça que eu sempre te amei, sempre... Até minhas últimas moléculas de oxigênio, até onde meu pulmão conseguir agüentar eu sempre vou estar te apoiando, desejando minhas eternas felicidades a você amor. Não se esqueça de mim, pois você sabe que meu único pavor é o esquecimento. Você vai ficar bem, confie em mim. E acredite que estou me sentindo muito melhor, me sentido em paz, realmente. ¹. “Somente o presente é real, todo o mais é representação do pensamento. Mas tal propósito poderia também ser denominado a maior tolice, pois aquilo que, no próximo instante, não mais existe e desaparece completamente como um sonho, jamais poderá merecer um esforço sério” cf. op.cit. Fr. p.2/ O vazio da Existência; Parerga e Paraliponema – Arthur Schopenhauer. ². Cf. op.cit. fr. p.15/16 Pacificando o Espírito (Dalai-Lama) (Thiago)